terça-feira, 27 de dezembro de 2011

ESTÁ DIRIGINDO? PRESTE ATENÇÃO ÀS PLACAS!!




Prestenção -  porque é assim: cada um tem seu destino, cada um tem seu caminho, cada um tem sua vida e seus compromissos. Viver a própria vida já é, por si só, tarefa difícil. Pretender viver a vida dos outros é um peso que maltrata, desgasta, nada contribui para o outro alem de gerar um tremendo mal a si mesmo. Pretender viver para os outros é a mais larga porta que leva para o “inferno”. Viver com o outro, ao lado do outro sem permitir invasões e sem invadir, ajudando até (se quiser) e recebendo ajuda se vier é, saudável e se constitui em um bom acessório para o autoconhecimento. Só isso. Olhar o outro, ver em profundidade sem julgar, aumenta a percepção própria e semeia a aceitação de si mesmo e do próximo. Conviver com as variadas matizes de almas cada uma em sua própria altura na escada do crescimento ajuda sim no desenvolvimento. Nesse contexto, aceitar a hegemonia dos seres é imprescindível. Não há desiguais, não há diferentes, não há almas distantes nem almas parentes. Os vínculos parentais e sociais nada representam nessa ampla forma de ver a alma vivente. Os vínculos são transitórios enquanto a historia do ser é eterna; vem de longe e vai pra muito mais longe do que a casa onde você mora hoje. Nessa caminhada, meninos, ninguém pode caminhar por você. É o seu caminho e o seu caminhar. Há de ter caminhantes um pouco a sua frente, outros ao seu lado e no mesmo ritmo, outros um pouco atrás, uns tantos passando velozmente por você, nada importa! cada um vai como pode, como quer. Alguns estarão sentados à beira do caminho cansados e fatigados. Deixe-os por lá. É do que precisam nesse momento. Você também já esteve cansado, e não está livre de se cansar novamente aí sim, será sua vez de sentar, chorar e esperar. No seu momento de cansado apenas descanse e não se incomode com os que estarão passando alegres a passos largos e deixando você pra traz. Os revoltados, feridos, doentes, violentos também estarão no caminho. Esse caminho é assim! Ah e tem mais uma verdade: todos vão chegar. Cada um à seu tempo acabará no mesmo destino mas, tem uma parte da caminhada, já bem pertinho do ponto de chegada, em que, ai sim todos estarão no mesmo padrão de luz, de ritmo e conhecimento. Porque todos terão experimentado o caminho completo com todas as suas ladeiras, seus abismos e seus perigos. Durante o percurso todo haverão placas, dicas, anúncios, convites, hão de ter vozes, musicas, imagens, letreiros e muitos recursos serão usados para alertar, ensinar formas de apressar e suavizar a jornada. Estar atento é importante. Hoje você está recebendo mais algumas dicas através dessa cartinha: Jamais se compare a nenhum colega de viagem que cruzar seu caminho – apenas caminhe o seu caminho. Ao caminhar, caminhe para chegar ao destino e nunca para fazer bonito e agradar aos companheiros. Ande no seu próprio ritmo – aumente-o ou reduza-o somente por sua escolha. Lembre-se do principal: você vai chegar lá. Lá é onde mesmo?!! Lá é o lugar onde ocorre a libertação. Onde os olhos serão abertos, as lembranças todas serão devolvidas, a eternidade será reconhecida e as separações se desfarão por completo. Lá é onde tudo e todos se perceberão como uno e únicos. Mais uma dica: pode pedir ajuda sim durante a caminhada apesar de que tudo já foi providenciado de antemão. A ajuda que você pode conseguir é a capacidade de perceber que a ajuda já veio por isso mais uma vez preciso dizer: PRESTENÇÃO.

Este texto foi concebido em um momento entro o sono e a vigília ou seja meio dormindo meio acordado quando “sonhei” que vinha uma pessoa com aspecto idêntico a mim e se dizendo professor João. Escutei tudo e quando acordei procurei lembrar ao máximo cada palavra e mais tarde escrevi.

Prof. João

sábado, 19 de novembro de 2011

CUIDADO COM OS CÃES - ELES TE CONHECEM



Tenho duas cachorras (cadelas – canina mesmo) uma, Akita, chama Pitch e a outra, mais nova, é uma Rottweiller cujo nome é Maia. Maia está (hoje) com 50 dias de idade – é um filhote. Não sei cuidar muito bem e nem gosto de lidar com cães tipo: tocar neles, dar banho, brincar etc. Na verdade tenho uma grande rejeição. O caseiro faz isso muito bem e os meus cães são felizes e bem cuidados inclusive o gigante Bradok, que é da raça Fila. Do meu jeito eu gosto deles, ainda que mantendo uma distancia que me deixa confortável. Eles me respeitam, não me tocam, não me lambem, mas, ficam alegres quando chego e parecem saber que eu sou o dono. Maia, a mais novinha, recentemente, depois que o caseiro já havia deixado o trabalho, ficou presa na fenda de uma pedra no jardim, em um dia de chuva. Não sei por quanto tempo ela ficou presa, tomando chuva e sendo banhada pela enxurrada. Cheguei por volta das 20h00min, encontrei-a já quase sem forças e mal conseguia emitir algum som. Nem passou pela minha cabeça a rejeição que tenho por tocar em cães e impulsivamente retirei-a de onde estava, tomei nos braços e corri para a varanda. Liguei para a veterinária e ela orientou o que fazer – os cuidados incluíam um banho morno para retirar a lama, secar com uma toalha e depois aquecer um agasalho e colocar sobre seu corpo de preferência segurando-a no colo. Fiz tudo isso. Nunca pensei ser capaz desse contato. Nunca fiz isso antes. Ela ficou bem. Dia seguinte sentei no batente, entre a sala e a varanda e chamei Maia. Ela veio, sentou se na minha frente e olhou direto para mim. Olhou nos olhos! Direto nos meus olhos! Aquele olhar me prendeu por uns instantes. Parecia querer dizer alguma coisa. Inclinava a cabecinha pra direita e pra esquerda sem tirar os olhos dos meus. Comecei a ficar sem jeito. Havia alguém ali dentro, olhando através daqueles olhinhos negros, querendo falar comigo? Uma sensação estranha tipo timidez foi tomando conta de mim mas, não desviei o olhar. Veio uma pergunta em minha mente: quem está ai dentro me olhando? Enquanto perguntei em meus pensamentos ela se acomodou melhor, sem desviar o olhar, e de repente começou a brotar em minha mente uma incontrolável conversa que parecia estar vindo de fora de mim: do olhar de Maia. 


Tudo começou quando indaguei, em silencio, quem estaria ali me fitando daquele jeito. Em seguida veio outra pergunta quem está aqui olhando assim pra Maia? Quem é que está aqui dentro de mim ficando tímido diante do olhar firme de um filhote? E as perguntas foram chegando.... Quem sou eu? Quem seria eu se não tivesse que dar satisfação a ninguém: sociedade, família ou amigos? O que eu vestiria se não fossem as exigências da moda, da cultura e os reclamos sociais? Do que eu me alimentaria se não fossem a propaganda, as orientações dos meus pais, prescrição dos médicos e outros anônimos por aí? Onde eu moraria se pudesse escolher livremente e sem nenhuma interferência? O que eu faria pra ganhar a vida e me sustentar se eu mesmo pudesse decidir? Quanto de mim é propaganda da televisão, quanto vem dos discursos políticos, dos livros que já li, dos conselhos que me deram sem eu pedir, das obrigações sociais, religiosas e culturais e do o que os professores me ensinaram? Como me comportaria se não fosse o medo de errar e a vontade de agradar para obter algum respeito ou ganhar alguma caricia? Quem estaria comigo ou de quem eu gostaria se não desconfiasse tanto das pessoas por conta das decepções que vivenciei? E se não fossem as decepções, as pressões, os erros cometidos, as promoções, as metas impostas como seria eu? Quem é este que está se desmoronando aqui ante o olhar fixo dessa cadelinha inocente? Quem é esse animal que está colocando perguntas que eu nunca havia feito antes em minha mente? Maia mudou de posição, sentou-se sem desviar o olhar e as perguntas mudaram. Suspirei profundamente e ela também. Veio um certo alento triste, uma compreensão que parecia, também, vindo de Maia, que dizia: se tirar tudo que não é você, tudo que impuseram a você durante toda sua vida vai restar sua inocência, sua essência, você no original. Encontre sua inocência e reconstrua um novo ser com escolhas diferentes, escolhas suas, somente suas. Aconselhou.

Fechei os olhos por uns instantes (Maia também) e só então pude ver com tanta clareza o quanto do que eu julgava ser eu nada mais era do que lixo acumulado durante algumas décadas. De inicio tentei segurar esse lixo com receio de liberar e perder tudo, ficar sem nada, virar um nada. Abri os olhos Maia já estava me olhando mas, o olhar grave mudou: havia tanta doçura, tanta como nunca vi em nenhum olhar antes. Tanta aceitação como jamais me senti tão aceito. Maia levantou e veio lamber meus pés e, pela primeira vez, permiti por um instante e depois a tomei nos braços, abracei e chorei muito. Foi um momento mágico e muita coisa mudou naquele dia. Quem é você? Quem é que está aqui e agora lendo esta historinha?

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

ANTÍDOTO PARA DEPRESSÃO




Para os estudantes e seguidores das escrituras védicas, estamos vivendo na Era de Kali. Segundo os Vedas, essa Era se caracteriza principalmente pelos transtornos causados em decorrência do afastamento e abandono das práticas religiosas. Os sintomas marcantes da Era de Kali são: Ansiedade, muita ansiedade; medo do futuro, incertezas em relação à origem, completo domínio do egocentrismo e muita confusão em relação ao amor. Raramente se percebe uma manifestação real de amor a não ser por si mesmo. Até mesmo os supostamente apaixonados, com freqüência, estão muito mais apaixonados pelo bem estar que a outra pessoa faz a si do que a manifestação de um sentimento despojado da posse do outro e em função do bem estar que pode ser proporcionado ao objeto de sua paixão. O filho dessa confusão de sentimento é o ciúme. Já sabemos muito bem os efeitos e transtornos que o ciúme causa. Ainda se anuncia, através dos Vedas que na Era de Kali a competitividade mal gerida conduziria a um perverso sentimento de inveja que provoca um tremendo mal estar por causa do sucesso do próximo. Se é verdade que essa Era tem mesmo que se chamar Kali eu não estou bem certo mas, que quem escreveu isso a alguns milhares de anos atrás acertou em cheio isso posso garantir. Posso garantir porque estou convivendo, porque estou vivenciando tudo isso dentro e fora de mim. Todos que estamos vivos aqui neste planeta estamos de alguma maneira sofrendo com a ansiedade própria dessa Era. Ser feliz na Era de Kali é missão quase impossível. Escapar da depressão e de outros transtornos mentais e físicos somatizados por conta das angustias diárias é tarefa muito penosa. Felizmente as escrituras védicas apresentam um remédio simples para toda essa complexa lista de sintomas. Um remédio que atua na causa real de todo esse caos: a causa é o repudio e afastamento da vida religiosa. Não estou falando de religião. Segundo os Vedas a causa é falta de religiosidade. Religiosidade, segundo os Vedas é serviço devocional. Caitanya Mahaprabhu, um místico que viveu na Índia há um pouco mais de 500 anos explicou o que seria o item principal desse serviço devocional, o ANTÍDOTO para a doença de Kali e a cura e prevenção contra a depressão: Cantar a o Mahamantra Hare Krsna Hare Krsna Krsna Krsna Hare Hare Hare Rama Hare Rama Rama Rama Hare Hare. Parece simples. E é simples. Por ser tão simples poucas pessoas acreditam que funciona. Um devoto de Krsna no ocidente repete esse mantra 1.728 vezes por dia.


Usam um rosário com 108 contas e cantam com esse rosário 16 vezes todos os dias. Na índia há quem cante por 36 vezes e até 64 vezes em um dia o que daria 6.912 repetições. Cada vez que alguém escuta isso pergunta: então ninguém faz mais nada só vai cantar esse mantra? Bem se isso garantir a felicidade e a paz acho que ainda seria muito barato. Mas, eu testei. Experimentei cantar 16 voltas do rosário que chamam de japa mala. Funciona mesmo. A paz desce suave, a ansiedade desaparece magicamente. O medo se esvai e não resta uma sombra de solidão. Minha experiência foi suficiente para ver que vale a pena investir. O efeito dura um dia. Fiquei um pouco frustrado com isso mas, me lembrei do que um outro místico, Jesus, que dissera através da bíblia: Viva um dia de cada vez e orai sem cessar. Assim entendi que se eu quiser ficar bem só um dia eu canto só um dia; se eu quiser a cura definitiva canto todos os dias. Está valendo a pena!.

sábado, 6 de agosto de 2011

PARA QUEM QUER UMA CASA DE CAMPO





A praia estava cheia naquele dia. Não eram banhistas. A praia estava completamente tomada por pessoas desesperadas, com medo e com a certeza absoluta de que chegara o fim da linha. A morte vinha galopando sobre os fortes cavalos dos soldados do Egito. Os generais, comandantes e soldados do exercito de faraó brandiam suas armas e carros de guerra provocando uma enorme coluna de poeira naquela areia quente do deserto. O quadro não podia ser pior para aquela gente que estaria escrevendo com a vida a história do êxodo do povo de Israel em sua fuga para a terra prometida sob o comando do místico Moisés: Atrás o exercito; de um lado montanhas rochosas e à sua frente o mar com ondas ameaçadoras. Um beco sem saída! Perplexidade total! O povo recorre ao líder Moisés num misto de revolta e esperança. De prático, Moisés só dispunha de um cajado e da fé com a qual, segundo ele, falava com seu Deus. Sob pressão dos desesperados falou com Deus. A resposta  foi curta, rápida e surpreendente: - Diga ao povo que marche!.

Um amigo muito querido, por volta do mês de Junho de 2010 me confidenciou seu grande e acalentado sonho de construir uma bela casa em um terreno que já possuía a algum tempo. Falava do sonho como algo impossível. Não reunia, segundo ele, a mínima possibilidade de realizar seu sonho naquele momento por que seu orçamento não caberia mais nenhuma despesa e não dispunha de reservas suficientes para o empreendimento. Assisti, muitas vezes, meu amigo falar de seu sonho e em seguida perder o brilho dos olhos diante de todas as impossibilidades que ele mesmo descrevia. Um dia, não sei por que, e nem o que provocou a mudança, tomou uma atitude meio louca juntamente com sua família: Sem avaliar muito e agindo rápido procurou uma arquiteta, levou ao terreno e encomendou um projeto. Com o projeto na mão vi esse homem se agigantar. Nasceu um brilho diferente no olhar, uma coragem inexplicável e uma radical mudança na forma de abordar o assunto: passou a dizer de forma firme e muito forte: vou fazer minha casa ao invés de dizer como antes com os ombros curvados para baixo, o olhar inseguro e a voz tremula: um dia vou fazer minha casa. O sujeito não parou mais. Mobilizou-se junto com a esposa e toda a família e cada vez que olhava o projeto aumentava sua coragem. Comprou os primeiros blocos, os primeiros sacos de cimento, contratou a mão de obra e hoje, estou escrevendo este texto dia 3 de Agosto de 2011 (um ano após nossa primeira conversa), posso dizer que meu amigo mora em uma belíssima casa e me diz que realizou um sonho que esperou por mais de 50 anos. É bom avisar que ele não ganhou na loteria, não recebeu nenhuma herança e não teve aumento de renda. Foi o mesmo cara que não podia, que não tinha os meios, que depois de uma mudança de pensamento, encontrou os meios, achou a fonte de poder e fez o milagre acontecer.
Esse é o tipo de milagre que eu acredito e quero compartilhar aqui. O tipo de milagre que qualquer um pode fazer. A base da realização é a atitude.
Deus teria dito para Moisés: diga ao povo que marche. A fascinante historia bíblica que evoquei diz que o mar se abriu e que o povo de Israel passou em absoluta segurança. A parte dessa historia que mais me encanta é que, segundo os pesquisadores da língua hebraica, o texto no original indica que o mar se abriu sim, mas depois que Moisés e o povo deram o primeiro passo e entraram naquelas águas agitadas. Gosto de pensar nessa historia que, mais do nunca, mostra que a fé sem atitude não faz milagres. Deus deu uma casa para meu amigo e pode dar qualquer coisa pra seus filhos inclusive, pode até abrir o mar, mas só depois que o sujeito toma atitude e entra na água. No dia que meu amigo me contou que estava com o projeto na mão eu pensei assim: esse cara entrou na água! Ele vai ter uma casa! Agora tem.

terça-feira, 12 de julho de 2011

SEXO É MUITO BOM!!





Tenho encontrado pessoas com as mais diferentes compreensões e percepções acerca da vida e do que realmente é importante para si. É bonito observar essa diversidade de preferências e mais interessante ainda é que há como satisfazer a todos os interesses individuais. Encontramos aqueles que estão muito felizes, os que estão mais ou menos em paz com suas escolhas, os que estão tristes, os que estão muito tristes e os deprimidos. Os menos materialistas e eventualmente mais espiritualistas com freqüência indagam qual seria sua missão na vida?! Nessas horas, acabam encontrando um sem número de respostas. Dentre elas, as mais freqüente são as que induzem a se unir a alguma causa social, caritativa ou qualquer outra forma de ser útil. Particularmente me fiz essa pergunta repetidas vezes ao longo de muitos anos. Um dia, trocando idéias com minha amiga Meg sobre o que seria minha missão na vida e qual seriam as coisas realmente maravilhosas para se fazer a fim de desfrutar de momentos mágicos e de grande felicidade, Meg me olhou demoradamente e depois me convidou para alguns momentos de êxtase no dia seguinte. Começamos 04h30min da manhã com uma caminhada preguiçosa a beira mar. O vento fresco daquela manhã de verão abraçava nossos corpos e os respingos das ondas quebrando nas rochas eram verdadeiras caricias. –É bom estar aqui? Quis saber Meg! Muito bom. Muito bom! Repeti varias vezes. Ela sorriu e disse: então anote ai: essa pode ser a primeira resposta à sua pergunta. Ou não está feliz? Sorriu novamente. Continuamos andando por uns vinte minutos e ela pegou minha mão e puxou para entrar no mar. Entramos até a altura da cintura. A princípio a água pareceu muito fria, depois acostumamos com a temperatura e começamos mergulhar. Em poucos minutos estávamos sendo embalados suavemente pelas ondas. Meg disse: esqueça tudo que está pensando e preste atenção unicamente no que está acontecendo aqui e agora. Sinta a água levantando e balançando seu corpo, dance livremente como se fosse uma dama conduzida pelo seu cavalheiro: o mar. A experiência foi magistral. 

Não há uma palavra que defina aquilo. Todo aquele êxtase durou uns cinco minutos. Ainda estava escuro. Devia ser 05h00 da manhã. A alvura da espuma quando as ondas quebravam fazia um belo contraste com a escuridão da madrugada. A imagem era belíssima. Meg sempre sorridente me convidou pra sair e antes que ela dissesse alguma coisa eu adiantei: pode deixar que já anotei mais uma resposta para minha pergunta: já descobri mais uma coisa maravilhosa. Sentamos na areia um pouco acima, a uns 5 metros da rebentação e, mudos, ficamos ali a contemplar o movimento das ondas. Meg disse: Agora se prepare para assistir ao maior espetáculo da terra. Olhei curioso e ela continuou: o que você vai assistir agora é simplesmente indescritível. Preste atenção que já vai começar. Apontou um pouco para a esquerda do ponto onde estávamos e vi uma tênue linha de uma cor laranja exuberante começando a marcar o horizonte lá no fim do mar. Ela chegou mais perto de mim passou o braço pelo meu e ficamos ali sentados observando. A linha ficava mais grossa e agora refletia nas nuvens formando um mosaico de cores flamejantes. A claridade se espalhava pelo céu e ao mesmo tempo prateava o mar. Nós, em absoluto e reverente silencio, suspirávamos boquiaberto a cada movimento que o majestoso e poderoso astro provocava quando os raios de seu fogo atingia mais altura e alcançava uma nova nuvem.

O mundo todo foi se iluminando com aquele magenta transparente e aos poucos surgia a esfera inteira: acesa, poderosa, quente, nos deixando sem palavras. Agora, era dia. Devia ser 06h20min daquela manhã mágica. Preciso dizer pra anotar mais uma maravilha? Perguntou Meg. Puxei-a pra meu lado beijei sua cabeça. Não havia o que dizer. Mais um mergulho e saímos calados. Uns cinco minutos depois ela quebrou o silencio e disse: Onildo, sua missão é ser feliz. Você veio a esse mundo para ver o sol nascer, o sol se por, escutar os pássaros, conviver com as criaturas vivas, observar o milagre das flores, desfrutar da convivência das pessoas, aproveitar os sabores e curtir os aromas. O mar sempre esteve lá. O sol que você viu hoje nasce e se põe todos os dias. Quanto custou o que vivemos hoje? Para nós nada! ela mesma respondeu. Alguém, acrescentou Meg, fez o sol o mar e a natureza toda. Hoje nós tivemos quatro momentos de êxtase. Quatro? perguntei. Sim disse Meg – A caminhada, o banho de mar, o nascer do sol e sua companhia seu bobo. Rimos e Meg completou: tem muito mais coisas pra se ver. Que tal ver um por do sol semana que vem?!! Ou um passeio na próxima lua cheia? Rimos novamente e eu disse: está marcado! Ali nos despedimos.
Ahh! Mas eu ia falar de sexo né!? É...é que sexo é muito bom também. Pode anotar ai.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

NOVE MILAGRES - ACONTECEU COMIGO!



Eu tinha uma vaca. A primeira vez que produzi alguma coisa que gerou resultado financeiro foi aos dez anos de idade. Morava em uma pequena cidade do interior de Goiás onde meu pai lidava com a terra e plantava muitas lavouras. Desejando ensinar aos filhos a responsabilidade e as lições sobre o trabalho duro com a terra, meu pai,  reservou para meu irmão e eu um pedaço de terreno para plantarmos arroz. Plantamos e lidamos com essa terra por um ano inteiro. Desde o preparo da terra, o plantio, o manejo e por fim a colheita. Colhemos, me lembro muito bem, quarenta sacos de arroz – cerca de dois mil e quatrocentos quilos. Vendemos o fruto da colheita e recebemos aquela montanha de dinheiro. Claro, para uma criança de família modesta e com aquela idade era muito dinheiro mesmo. Gastei uma parte com algumas bobagens, mas decidi comprar uma vaca. Comprei. Era linda. Chamava-se nobreza. Logo teve uma filha malhada belíssima. Muitas vezes saí meio que escondido de casa para ir ao pasto e ficar olhando encantado para minha vaca. Adorava vê-la deitada quando estava mastigando. Passava horas ao lado dela olhando até que terminava de mastigar (ruminar) todo alimento e só então levantava ia ao riacho, bebia água e depois voltava a pastar. Alguns anos depois (com tristeza) vendi minha vaca com suas filhas já adultas porque precisei de dinheiro para ir pra Pernambuco onde estudaria em um seminário. Mais de trinta anos depois que vendi minha vaca conheci Camila. Camila é uma belíssima jovem, arquiteta e nutricionista. Ficamos amigos porque descobrimos algumas afinidades: ela adepta da alimentação macrobiótica e eu vegetariano. Camila é o tipo de pessoa encantadora seja pela beleza física, seja pela alma linda que tem. Pessoa cultíssima viajou quase o mundo inteiro e escreve com uma leveza impressionante. Recomendou-me um artigo maravilhoso que escrevera para uma revista que trata de saúde e nutrição. Li com entusiasmo e um de seus conselhos aos leitores mexeu muito comigo. Vegetariano por anos a fio já havia lido e participado de muitos seminários de nutrição onde aquele tema era tratado: A Mastigação. Nunca me convenceram da importância de mastigar bem os alimentos. Na verdade eu praticamente engolia tudo inteiro. Camila conseguiu. Talvez porque não quisesse me convencer de nada apenas me sugeriu a leitura e, imagino que essa sugestão despretensiosa tenha sido a chave. Sei não! Só sei que desde o dia que li aquele artigo nunca mais fui a mesma pessoa. Camila dizia que o certo era mastigar até que tudo ficasse líquido. No inicio passei a comer mais do que comia anteriormente porque o ato de mastigar melhor me fez sentir sabores que raramente percebia. Depois, comecei a ficar satisfeito com metade do que comia antes e agora estou comendo um terço do que comia e enumerei os milagres:1 - passei a comer menos, 2 - a comida ficou muito mais saborosa, 3 - comer passou a ser um momento mágico, 4 - não precisei mais de líquidos para acompanhar minhas refeições, 5 - parei de engordar sem mudar a dieta, 6 - comecei a emagrecer, 7 - não tive mais azia nem refluxo, 8 - estou dormindo melhor e acordando cheio de energia quer mais um milagre?  9 -  Pois bem – este episodio me fez lembrar de minha vaca. Revivi momentos deliciosos me lembrando daqueles dias tão serenos e tão bonitos. Eu podia ter aprendido mais com a nobreza. Ela mastigava tanto e eu ficava encantado mas, ela era a “irracional”. Em todo caso me comovi ao lembrar que a bem da verdade devo muita gratidão à minha vaca. Com o dinheiro arrecadado com sua venda juntamente com apurado com a venda de suas três filhas para um fazendeiro qualquer eu pude ir pra Pernambuco. Lá me formei e finquei raízes no Nordeste. Nunca mais voltei para Goiás. Graças a estar no Nordeste, particularmente em Salvador, pude encontrar Camila. Camila me ajudou a ser  um pouco "ruminate" como minha vaca.  Quer saber?!! Experimente esse milagre prático, eficiente, real e que pode fazer maravilhas em sua vida e em sua saúde. Mastigue! Pois é, eu tinha uma vaca.

domingo, 26 de junho de 2011

”SE EU QUISER FALAR COM DEUS...”.



O relato da criação do homem da forma como está registrado no livro de Genesis, o primeiro livro da bíblia, sempre me encantou. Cheguei ao ponto de acreditar piamente que teria sido assim mesmo. Isso é outra história. No seminário de teologia, descobri que Moisés escreveu o livro de Gêneses no mínimo 2.500 anos depois que os fatos da criação registrados por ele tinham acontecido. Dois mil e quinhentos anos. Isso mesmo que você leu!. Da criação até ao dilúvio (seguindo a cronologia bíblica) passaram 2 mil anos. Moisés é um pós diluviano, descendente de Levi, filho de Jacó, que era filho de Abrão e nascera no ano 1593 a.C. Me custa crer que o relato de Moisés sobre a criação, escrito há dois milênios e meio depois da ocorrência dos fatos, possa ser a ultima palavra sobre a origem do homem contudo, não quero discutir isso aqui. Quero discutir a parte que me encanta. Diz o relato de Moisés que Deus esculpiu um boneco de barro. Depois de pronto lá estava sua obra: linda porém, sem vida como o Moisés de Miguelangelo. Nesse momento, Deus teria soprado nas narinas do boneco de barro o fôlego da vida: “e o homem foi feito alma vivente”. Assim, por esse relato, o homem (alma vivente) é um resultado da junção do barro com o ar que saiu dos pulmões de Deus. Aí está a parte da história que me encanta. Para ser alma vivente, cada ser tem que ter DENTRO DE SI uma parte divina. No Hebraico esse sopro divino é chamado Ruach. No Grego Pneuma (ar). Ruach aparece algumas vezes no Antigo Testamento traduzido por espírito. Posto assim, o homem não é espírito ao contrario, o homem possui um espírito. O homem é Nefesh (alma vivente). Logo, é a junção de barro com espírito que resulta em homem. Viajei muito na imaginação com a idéia deliciosa de ter uma parte de Deus dentro de mim. No Novo Testamento Jesus ratificou a questão da presença divina no interior do homem varias vezes e de diversas formas: “o corpo é o templo do Espírito Santo”; O Reino de Deus está dentro de vós” e “ Espírito Santo que em vós habita...”.  Etc.



As Escrituras Védicas, particularmente o Baghavad Gita, têm um outro registro sobre a criação do homem: o senhor Brahma foi quem criou todos os seres de todas as espécies. Nos Vedas também a presença de Deus no interior de todos os seres é apresentada e amplamente discutida. Na Escritura Védica, muito embora não se descreva o aparecimento do corpo da forma que a bíblia o faz é aceito, de igual modo, como sendo (o corpo) apenas um invólucro onde se acomoda a Jiva. A Jiva é análoga ao Ruach (espírito) . A Jiva, é de origem divina. É a presença divina no ser, entretanto nos vedas aparece uma outra presença: O Paramatma. O Paramatma seria equivalente ao Espírito Santo. Enquanto a Jiva é a presença divina que garante a individuação do sujeito ao mesmo tempo é a fonte de energia vital que faz viver o corpo e preserva todas as memórias. O Paramatma é uma presença real de Deus (Krsna), que se instala de forma real no coração (no órgão) de cada ser vivente. A Jiva sou eu é você assim como é qualquer manifestação de vida. A Jiva assim como o Ruach, é imortal porquanto é divino e, é onde todas as memórias relacionadas ao sujeito se eternizam. O Paramatma é a presença guardiã à qual o sujeito pode recorrer, se desejar, para abreviar seu processo de crescimento e avanço em direção a semelhança com o Criador. Segundo os Vedas Deus está criando seres perfeitos para a felicidade eterna. Veja bem! Está criando. Isso quer dizer que meu atual momento de existência está dentro desse momento de criação. Eu (e todos) estamos sendo criados para sermos eternamente felizes. Esse processo tem a minha (do ser) participação. As escolhas que eu faço poderão abreviar ou retardar o ponto de chegada. Cada um em seu ritmo; cada um em sua fase ou nível; cada qual do seu jeito, todos estamos indo para o mesmo lugar: a perfeição. Se existe um atalho? Sim as Escrituras Védicas mostram um atalho: Intimidade com o Paramatma ou se preferir, intimidade com o Espírito Santo. 


Acho tudo isso muito lindo. Mas, e se nós realmente (como querem outros) somos frutos da grande sopa evolutiva e evoluímos a partir de materiais orgânicos que progrediram e se combinaram por milhões de anos e daí surgiu a vida e, é dessa vida que todos viemos? É uma possibilidade. Entretanto, há que se verificar que todos os teóricos e cientistas após dissecar a vida e retroagir até o momento da sopa evolutiva esbarram num fragmento de energia que permitiu e/ou possibilitou que a combinação orgânica se manifestasse como vida. Que fragmento de energia é esse? É certo que ainda há muita coisa a se descobrir sobre nossa origem e destino. Isso me faz ser cauteloso antes de tomar qualquer partido dogmático como sendo a ultima palavra. Não obstante toda cutela que se requer sobre esse tema tão importante acerca de nossa origem e pra onde vamos, há uma unanimidade no sentido de que todos os seres estão evoluindo, superando desafios e rumando para a perfeição. Nesse caso sou da opinião de que, como não faz mal e é de graça, porque não contar com a ajuda do Paramatma para abreviar e/ou suavizar a caminhada? Uma coisa posso garantir fica mais suave sim. Gosto da idéia de que se eu quiser falar com Deus Ele esta bem pertinho: dentro de mim e de você, no meu e do seu coração. Tente!
Próxima postagem vou trazer uma dica para conseguir essa intimidade!