terça-feira, 12 de julho de 2011

SEXO É MUITO BOM!!





Tenho encontrado pessoas com as mais diferentes compreensões e percepções acerca da vida e do que realmente é importante para si. É bonito observar essa diversidade de preferências e mais interessante ainda é que há como satisfazer a todos os interesses individuais. Encontramos aqueles que estão muito felizes, os que estão mais ou menos em paz com suas escolhas, os que estão tristes, os que estão muito tristes e os deprimidos. Os menos materialistas e eventualmente mais espiritualistas com freqüência indagam qual seria sua missão na vida?! Nessas horas, acabam encontrando um sem número de respostas. Dentre elas, as mais freqüente são as que induzem a se unir a alguma causa social, caritativa ou qualquer outra forma de ser útil. Particularmente me fiz essa pergunta repetidas vezes ao longo de muitos anos. Um dia, trocando idéias com minha amiga Meg sobre o que seria minha missão na vida e qual seriam as coisas realmente maravilhosas para se fazer a fim de desfrutar de momentos mágicos e de grande felicidade, Meg me olhou demoradamente e depois me convidou para alguns momentos de êxtase no dia seguinte. Começamos 04h30min da manhã com uma caminhada preguiçosa a beira mar. O vento fresco daquela manhã de verão abraçava nossos corpos e os respingos das ondas quebrando nas rochas eram verdadeiras caricias. –É bom estar aqui? Quis saber Meg! Muito bom. Muito bom! Repeti varias vezes. Ela sorriu e disse: então anote ai: essa pode ser a primeira resposta à sua pergunta. Ou não está feliz? Sorriu novamente. Continuamos andando por uns vinte minutos e ela pegou minha mão e puxou para entrar no mar. Entramos até a altura da cintura. A princípio a água pareceu muito fria, depois acostumamos com a temperatura e começamos mergulhar. Em poucos minutos estávamos sendo embalados suavemente pelas ondas. Meg disse: esqueça tudo que está pensando e preste atenção unicamente no que está acontecendo aqui e agora. Sinta a água levantando e balançando seu corpo, dance livremente como se fosse uma dama conduzida pelo seu cavalheiro: o mar. A experiência foi magistral. 

Não há uma palavra que defina aquilo. Todo aquele êxtase durou uns cinco minutos. Ainda estava escuro. Devia ser 05h00 da manhã. A alvura da espuma quando as ondas quebravam fazia um belo contraste com a escuridão da madrugada. A imagem era belíssima. Meg sempre sorridente me convidou pra sair e antes que ela dissesse alguma coisa eu adiantei: pode deixar que já anotei mais uma resposta para minha pergunta: já descobri mais uma coisa maravilhosa. Sentamos na areia um pouco acima, a uns 5 metros da rebentação e, mudos, ficamos ali a contemplar o movimento das ondas. Meg disse: Agora se prepare para assistir ao maior espetáculo da terra. Olhei curioso e ela continuou: o que você vai assistir agora é simplesmente indescritível. Preste atenção que já vai começar. Apontou um pouco para a esquerda do ponto onde estávamos e vi uma tênue linha de uma cor laranja exuberante começando a marcar o horizonte lá no fim do mar. Ela chegou mais perto de mim passou o braço pelo meu e ficamos ali sentados observando. A linha ficava mais grossa e agora refletia nas nuvens formando um mosaico de cores flamejantes. A claridade se espalhava pelo céu e ao mesmo tempo prateava o mar. Nós, em absoluto e reverente silencio, suspirávamos boquiaberto a cada movimento que o majestoso e poderoso astro provocava quando os raios de seu fogo atingia mais altura e alcançava uma nova nuvem.

O mundo todo foi se iluminando com aquele magenta transparente e aos poucos surgia a esfera inteira: acesa, poderosa, quente, nos deixando sem palavras. Agora, era dia. Devia ser 06h20min daquela manhã mágica. Preciso dizer pra anotar mais uma maravilha? Perguntou Meg. Puxei-a pra meu lado beijei sua cabeça. Não havia o que dizer. Mais um mergulho e saímos calados. Uns cinco minutos depois ela quebrou o silencio e disse: Onildo, sua missão é ser feliz. Você veio a esse mundo para ver o sol nascer, o sol se por, escutar os pássaros, conviver com as criaturas vivas, observar o milagre das flores, desfrutar da convivência das pessoas, aproveitar os sabores e curtir os aromas. O mar sempre esteve lá. O sol que você viu hoje nasce e se põe todos os dias. Quanto custou o que vivemos hoje? Para nós nada! ela mesma respondeu. Alguém, acrescentou Meg, fez o sol o mar e a natureza toda. Hoje nós tivemos quatro momentos de êxtase. Quatro? perguntei. Sim disse Meg – A caminhada, o banho de mar, o nascer do sol e sua companhia seu bobo. Rimos e Meg completou: tem muito mais coisas pra se ver. Que tal ver um por do sol semana que vem?!! Ou um passeio na próxima lua cheia? Rimos novamente e eu disse: está marcado! Ali nos despedimos.
Ahh! Mas eu ia falar de sexo né!? É...é que sexo é muito bom também. Pode anotar ai.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

NOVE MILAGRES - ACONTECEU COMIGO!



Eu tinha uma vaca. A primeira vez que produzi alguma coisa que gerou resultado financeiro foi aos dez anos de idade. Morava em uma pequena cidade do interior de Goiás onde meu pai lidava com a terra e plantava muitas lavouras. Desejando ensinar aos filhos a responsabilidade e as lições sobre o trabalho duro com a terra, meu pai,  reservou para meu irmão e eu um pedaço de terreno para plantarmos arroz. Plantamos e lidamos com essa terra por um ano inteiro. Desde o preparo da terra, o plantio, o manejo e por fim a colheita. Colhemos, me lembro muito bem, quarenta sacos de arroz – cerca de dois mil e quatrocentos quilos. Vendemos o fruto da colheita e recebemos aquela montanha de dinheiro. Claro, para uma criança de família modesta e com aquela idade era muito dinheiro mesmo. Gastei uma parte com algumas bobagens, mas decidi comprar uma vaca. Comprei. Era linda. Chamava-se nobreza. Logo teve uma filha malhada belíssima. Muitas vezes saí meio que escondido de casa para ir ao pasto e ficar olhando encantado para minha vaca. Adorava vê-la deitada quando estava mastigando. Passava horas ao lado dela olhando até que terminava de mastigar (ruminar) todo alimento e só então levantava ia ao riacho, bebia água e depois voltava a pastar. Alguns anos depois (com tristeza) vendi minha vaca com suas filhas já adultas porque precisei de dinheiro para ir pra Pernambuco onde estudaria em um seminário. Mais de trinta anos depois que vendi minha vaca conheci Camila. Camila é uma belíssima jovem, arquiteta e nutricionista. Ficamos amigos porque descobrimos algumas afinidades: ela adepta da alimentação macrobiótica e eu vegetariano. Camila é o tipo de pessoa encantadora seja pela beleza física, seja pela alma linda que tem. Pessoa cultíssima viajou quase o mundo inteiro e escreve com uma leveza impressionante. Recomendou-me um artigo maravilhoso que escrevera para uma revista que trata de saúde e nutrição. Li com entusiasmo e um de seus conselhos aos leitores mexeu muito comigo. Vegetariano por anos a fio já havia lido e participado de muitos seminários de nutrição onde aquele tema era tratado: A Mastigação. Nunca me convenceram da importância de mastigar bem os alimentos. Na verdade eu praticamente engolia tudo inteiro. Camila conseguiu. Talvez porque não quisesse me convencer de nada apenas me sugeriu a leitura e, imagino que essa sugestão despretensiosa tenha sido a chave. Sei não! Só sei que desde o dia que li aquele artigo nunca mais fui a mesma pessoa. Camila dizia que o certo era mastigar até que tudo ficasse líquido. No inicio passei a comer mais do que comia anteriormente porque o ato de mastigar melhor me fez sentir sabores que raramente percebia. Depois, comecei a ficar satisfeito com metade do que comia antes e agora estou comendo um terço do que comia e enumerei os milagres:1 - passei a comer menos, 2 - a comida ficou muito mais saborosa, 3 - comer passou a ser um momento mágico, 4 - não precisei mais de líquidos para acompanhar minhas refeições, 5 - parei de engordar sem mudar a dieta, 6 - comecei a emagrecer, 7 - não tive mais azia nem refluxo, 8 - estou dormindo melhor e acordando cheio de energia quer mais um milagre?  9 -  Pois bem – este episodio me fez lembrar de minha vaca. Revivi momentos deliciosos me lembrando daqueles dias tão serenos e tão bonitos. Eu podia ter aprendido mais com a nobreza. Ela mastigava tanto e eu ficava encantado mas, ela era a “irracional”. Em todo caso me comovi ao lembrar que a bem da verdade devo muita gratidão à minha vaca. Com o dinheiro arrecadado com sua venda juntamente com apurado com a venda de suas três filhas para um fazendeiro qualquer eu pude ir pra Pernambuco. Lá me formei e finquei raízes no Nordeste. Nunca mais voltei para Goiás. Graças a estar no Nordeste, particularmente em Salvador, pude encontrar Camila. Camila me ajudou a ser  um pouco "ruminate" como minha vaca.  Quer saber?!! Experimente esse milagre prático, eficiente, real e que pode fazer maravilhas em sua vida e em sua saúde. Mastigue! Pois é, eu tinha uma vaca.