quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

QUEM TEM MEDO FAZ MILAGRES!


 
Decidi postar novamente sobre essa emoção poderosa: o medo, depois de ler um comentário do apresentador Datena, no twiter, avisando que em breve estaria se submetendo a uma cirurgia na garganta e estava com medo. Datena com medo!? Um apresentador corajoso que afronta os maus políticos e bandidos em seu programa conhece o medo?! Certamente que sim. Achei-o bastante honesto e, muito embora eu tenha lá minhas reservas sobre o estilo de seu programa, cresceu meu respeito e admiração pela pessoa de José Luis Datena, aproveitando para desejar-lhe boa sorte. O fato é: todos temos medo. Feliz daquele que admite e enfrenta seus medos. Negá-lo é um tremendo perigo. O medo, sem dúvida, é uma ferramenta de alerta que, associada ao senso de sobrevivência e preservação, garante-nos a continuidade e manutenção da vida. Há perigos reais e um sem número de perigos imaginários, entretanto, a emoção do medo será sempre a mesma. Para quem está sob seu efeito (do medo) não importa se o perigo é ou não de verdade. Admitir que está com medo faz o sujeito procurar uma saída: buscar ajuda, preparar-se para enfrentar o perigo ou fugir. Negar a presença do medo pode significar uma rejeição do estado de alerta e, nesse caso, se o perigo for real a situação pode piorar. O estado de alerta produzido pelo medo pode ser muito bem utilizado e resultar em verdadeiros milagres. O estudante que está com medo de perder no vestibular pode assumir o medo, estudar mais e conseqüentemente vencer. A pessoa que tem medo de falar em público pode, assumindo o medo, buscar ajuda, fazer um curso, treinar e se tornar um grande orador. Sem dúvida há muitas maneiras de tirar proveito deste estado de alerta que o medo produz. Meu foco hoje é chamar atenção para os perigos de negar o medo e se manter por um longo tempo exposto à sua (do medo) energia. Quem “não está” com medo não precisa de ajuda. Quem não assume seu estado de medo também acaba não assumindo o compromisso de se preparar para o perigo. Se for um perigo real poderá pegar o sujeito despreparado e o fracasso será inevitável. Os perigos imaginários produzem medos escondidos e uma demorada permanência convivendo com essas demandas fatalmente desaba em transtornos de ansiedade, síndromes do pânico e grandes depressões. Estou falando daquela pessoa que se faz de forte e não foge quando a situação requer, não chora quando a dor pede lágrimas, não se prepara quando alertada. O preço para manter um estado de falso forte é o consumo de todas as energias de reserva, utilizando-as para negar para os outros e para si mesmo que está com medo e, muitas vezes, até em pânico. Tais pessoas convivem com relacionamentos doentios gastando toda energia para fingir que está tudo bem ao invés de usá-la para fazer mudanças. Toleram empregos insuportáveis e humilhantes preferindo negar o medo de não conseguir outra coisa, dizendo-se feliz (falsamente) com a situação em que se encontra tentando o tempo todo convencer a si mesmos de que está tudo bem. Para quem está com medo não adianta dizer: Coragem! A pessoa que está com medo não está por que quer. Ninguém escolhe de repente assim: vou ficar com medo agora. Não! O medo chega e se instala. Dizer: “não tenha medo!” Não vai adiantar.  A pessoa vai ter medo. Isso não depende da decisão. Admitir primeiro para si. Admitir que o medo não é culpa sua. Avaliar o perigo com frieza e se preparar para ser mais forte do que o objeto do medo ou fugir com orgulho, se for caso, é o que se pode fazer para transformar o medo em milagre.

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