domingo, 26 de julho de 2015

EU PROMETO

Aceitar a vida como um milagre de cada dia quando tudo vai bem é relativamente mais fácil. Aliás, deveria ser; mas nem sempre é, porque na prática, quando tudo vai muito bem, quase sempre esquecemos-nos da graça da existência. Pensa-se mais na vida, seu valor, sua importância quando nos sentimos ameaçados ou diante de dificuldades. Nesses momentos as reflexões acabam sendo negativas e carregadas de criticas, queixas, lamentações. Em geral vivemos como se fossemos eternos. Engraçado é que a maioria de nós vive sempre esperando ‘uma melhora’, ou seja, que dias melhores virão. Sonhamos com uma vida de paz e felicidade sempre à frente: daqui a alguns anos; quando me formar; quando comprar a casa; quando fizer aquela viagem; quando meu partido ganhar as eleições etc.

Pense um pouco: a pessoa mais idosa do planeta está com cento e quinze anos de idade; donde se conclui que a humanidade atual vai de zero a cento e quinze anos. Todos os que viveram antes já morreram. Enquanto escrevo esse texto, nesse exato momento, recebi uma mensagem no whatsApp de uma amiga, jovem, não mais que vinte e dois anos,vi sua foto no perfil, exuberante, cheia de vida e de esperança. Pensei: essa garota entrou na historia há apenas duas décadas. Com muita sorte chegará a cem anos e depois vai ceder lugar para outra pessoa e assim é a dinâmica da existência. O tempo que passamos aqui é muito curto se comparamos com idade do planeta e do universo. No livro dos salmos, um salmista já cantava: tudo que passar de setenta anos é enfado e canseira.

Parece sem sentido essa nossa curta passagem por aqui. Somos inteligentes e complexos demais para simplesmente surgir e desaparecer assim de forma tão fugaz e efêmera, podemos pensar. As religiões, e há uma variedade imensa delas; todas, sem exceção, tentam amenizar esse vazio do que vem depois, criando uma esperança de continuidade. Algumas, oferecem um céu direto; outras um paraíso eterno, mas com um purgatório no caminho; outras propõem a imortalidade e garantem um retorno através da reencarnação e por aí vai. O fato é que não há garantia nenhuma de continuidade apesar de tantas escrituras afirmarem: Os vedas, a Bíblia, os Upanichades, o Alcorão e outras mais. A verdade é que a cada cem anos o povo que habita o planeta é completamente renovado. A garantia real é que eu e você vamos sair de cena.

Vale mesmo a pena perder tanto tempo com picuinhas do ego depois de refletir sobre esta incontestável realidade? Vale a pena tanta correria, competitividade, disputas, orgulho e intrigas? Olhe o mundo ao seu redor, ainda há muita beleza. Desde a exuberância poderosa do nascer do sol até a delicia colorida e nostálgica do entardecer. Observe a luz do Sol que ilumina cada recanto do planeta, e aquece, e nutre, e da vida para as plantas. Olhe para o céu estrelado numa noite escura, enamore-se com as estrelas e sorria com a lua. Olhe para as flores, as montanhas, o mar, alguns rios, árvores belíssimas. Sabemos que a maioria de nós mal percebe essas coisas. Olhe a graça dos seres humanos; suas crianças; nossos velhos; mesmo entre aqueles mais confusos, todos têm alguma beleza e uma historia. Escute, sinta, desfrute, compartilhe.

Desfrutar observando; essa é a única garantia de sua passagem por aqui ter um significado. O milagre já foi realizado: alguém construiu esse planeta belíssimo e nos deu a chance de estar por aqui. Alguns passam e mal percebem; outros percebem e ignoram; ainda há outros que exploram e somente os sábios desfrutam – estes vivem. Viva, vale a pena, eu prometo.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

AOS PEREGRINOS DA ETERNIDADE




Alguém escreveu: “quando o discípulo está pronto o mestre aparece.” Os buscadores da verdade e da iluminação em geral desejam ter um mestre, um guia ou mentor ao seu lado. São extremamente uteis. Ter um mestre vivo por perto, sem dúvida que potencializa bastante as possibilidades de despertamento do buscador. É como ter um Persnonal Trainer para cuidar da alma. No ocidente é visivelmente escassa a presença de mestres à moda oriental daqueles que iniciam seus discípulos, oferecem um nome novo e indicam um caminho e um método a seguir. Particularmente, nas ultimas décadas, nesse tempo em que o mundo se amiúda por meio da televisão e da internet criando possibilidades materiais inacreditáveis para a humanidade, a quantidade de buscadores espirituais também vem diminuído. Não há mestres iniciadores no ocidente. Entretanto, o Universo sempre encontra os meios de promover o crescimento e o despertar daqueles que sentiram ou sentem uma inquietação interior que os movem na direção da luz e da verdade.
Ironicamente os mestres estão por toda parte. A iniciação, no momento atual, é espontânea, individual e centrífuga. A iluminação move-se de dentro para fora. O individuo se auto inicia. Na atual formação energética da humanidade, tudo se move em velocidade jamais vista antes. Os discípulos ficam prontos e deparam-se com mestres pontuais que tratam, em geral, de necessidades especificas do buscador que o encontra. Com frequência o buscador cruza com o recado dos mestres nas redes de relacionamentos, nos telejornais, filmes, telenovelas e não raro em contatos casuais com mensageiros que, fisicamente presentes, dão seus recados.

O segredo é estar atento. O universo utiliza toda tecnologia e recursos naturais para mostrar o caminho aos peregrinos da eternidade. Quanto mais atento mais rápido se alcança a plenitude.

Catorze anos é a idade da Peu, uma adolescente linda, inteligente, antenada com seu tempo, boa usuária da tecnologia de informação e internet, estudante e membro de uma família de classe média. Gente normal, que vive normal, brinca, namora, sofre, ri, chora, briga etc. Até aí, nada de diferente de milhares de outras meninas de sua idade. Cheguei perto, um pouquinho mais perto do que um contato comum e fiquei ofuscado com tanta luz. Vi, em um momento bobo, casual, o olhar de Deus. Jamais havia visto alguém olhar com tanta ternura e aceitação como aquela menina olhou para a irmã. Eu já havia percebido alguma luz vinda do seu interior, mas passei a observar melhor e descobri que estava diante de um ser completamente iluminado, uma alma belíssima e com um poder de percepção absolutamente incompatível com sua idade física cronológica. Tive oportunidade de abraçá-la e respirar em seu ritmo por alguns segundos. Entrei em sintonia com o Universo. Havia anos que não experimentava um Satori, o contato com essa alma me conduziu a um longo satori no dia dezenove de Janeiro de 2015 e outros menores se sucederam até o momento e continuam acontecendo.

Os mestres estão por aí. A Peu, talvez ainda não tenha plena consciência de sua luz, entretanto, sua sabedoria em palavras e o poder de harmonia que emana de sua essência podem ser percebidos por qualquer buscador iniciado. O Universo me propiciou o encontro com a Peu da forma mais inesperada possível. Muito malabarismo, mudanças de endereço e rumo, encontro e desencontro com pessoas e, finalmente lá estava eu diante de uma mestra infantil que ensina pelo simples fato de existir, que mostra o caminho de forma sutil: apenas por estar caminhando por ele. Quem vive no terceiro milênio e está seguindo de forma consciente na direção da luz campeando a iluminação, deve estar atento. Os mestres estão por perto, e, muitas vezes, da forma menos esperada possível. A mensagem silenciosa da Peu para mim foi que estou no caminho certo, sua luz abriu uma fenda no meu campo de energia permitindo que os satoris voltassem a acontecer. O milagre de hoje é a gratidão pelo caprichoso cuidado do Universo com seus moradores.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

VOLTANDO PRA CASA





É simples. Embora seja muito simples, a vida não é fácil. O que chamo de vida aqui é o modo de viver, aquela desejada qualidade que se traduz em paz, serenidade, alegria e que, no conjunto, forma um estado de ser que reconhecemos como felicidade. Sim a felicidade é um estado de ser. Não seria apropriado entendê-la como uma virtude ou qualidade que distingue um ser do outro, porque este estado é inato e intrinsecamente se constitui numa característica comum a todos nós.
Ótimo, então por que não somos todos felizes? Somos sim! Alguns já descobriram. A bem da verdade, alguns poucos descobriram! Bem poucos. Talvez, um número maior já experimentou a felicidade em um volume suficiente para crer que ela é real e possível, mas perderam o ponto. Outros tiveram momentos de alegria e ficaram animados buscando aumentar esses momentos.
Então, se somos todos potencialmente felizes, por que é que a maior doença da humanidade é a depressão? Por que é que a tristeza ganha de lavada nessa guerra onde há tanta dor e sofrimento deixando abatida a maioria absoluta dos humanos inteligentes? É verdade! O fato é que poucas pessoas descobrem que são felizes intrinsecamente. A confusão tem inúmeras razões, desculpas e justificativas. O fato é um só: entenderam, equivocadamente, que a felicidade está fora; acham que vem de algo externo, de alguma coisa ou de alguma pessoa e não de si mesmos.
“O Reino de Deus, dizia Jesus, está dentro de nós”. A felicidade, a segurança, a serenidade, a paz enfim todo esse poder curador está dentro e não fora de cada um. A felicidade, portanto, é uma descoberta. É uma energia a ser percebida e não uma conquista.
É muito simples. Mude o foco. Olhe para o seu interior e busque demoradamente um encontro com você mesmo. Prestando atenção na respiração procure abstrair-se de todas as fontes de preocupações tais como seus medos, desafios, passado, futuro, necessidades, perdas e qualquer outra ansiedade. Coloque o foco na respiração. No inicio, cinco minutos por dia durante uma semana; em seguida aumente para dez minutos e vá aumentando até conseguir permanecer nesse estado por uma hora ou mais cada dia.
Quem tem tempo para gastar uma hora em meditação todos os dias? Poucos. Geralmente só os que querem ser felizes. É mais difícil para os que querem ser ricos, para os que querem ser famosos, para os que querem ser reconhecidos.
Pessoas felizes podem ser ricas, famosas e reconhecidas. Ninguém - eu posso garantir – ninguém jamais será feliz por ser rico, famoso ou reconhecido. Riqueza, fama, reconhecimento não serão causas da felicidade; poderão até ser consequência desta. O primeiro passo é ser feliz. O primeiro aprendizado é ser feliz. A primeira lição a ser ensinadas aos filhos: como e onde encontrar a felicidade real. As religiões colocaram a felicidade no céu; a vida na terra virou um inferno. Ser feliz é uma questão de escolha. É simples assim. Garanto que não é fácil. A maioria não escolheu a depressão ou o medo de forma consciente, mas escolheu. De forma consciente cada uma pode escolher a felicidade, pode escolher uma mudança de rumo, pode seguir para o seu interior ao invés de focar na materialidade exterior como meio de ser feliz. Volte pra casa. Esse é o milagre.


domingo, 8 de fevereiro de 2015

MESTRA DA SABEDORIA





Todos a conhecem bem de perto. A tristeza é uma das mais comuns emoções que caracterizam os viventes. Os irracionais também sentem tristeza. Em geral a tristeza vem associada ao medo, às perdas, separações, culpas etc. A tristeza é existencial: faz parte da vida de todos nós. É essencial. É a tristeza que nos convida para uma reaproximação com nosso centro. Em geral a alegria é dispersiva e projeta a alma para o exterior, para a interação e comunicação com os outros. Sem a tristeza o processo de crescimento seria impossível. A tristeza é a antessala da alegria. É grande a importância e necessidade de saber lidar com a tristeza.
1 – Evite lutar contra a tristeza. Se veio é porque chegou a hora para cumprir sua missão; se permanece é porque não terminou sua obra ainda. Quando a tristeza vem é porque o ser está carente de si mesmo. Sempre que vem, traz um convite para que seu amo mergulhe em uma reflexão mais profunda e busque sabedoria e respostas no aconchego no seu interior. Dentro de cada um estão guardadas as respostas para as mais inquietantes questões da vida.
2 – Olhe para sua tristeza sem receio. Dê boas vindas a ela. Observe seu comportamento, sua intensidade e descubra a sua fonte. Saber a possível origem da tristeza ajuda a identificar em que ponto do ser ela pretende agir e conduzir o crescimento. Por exemplo: a tristeza chegou e você sabe que é consequência de uma perda ou separação. Essa tristeza poderá mostrar a importância da pessoa que se foi, entretanto, o grande ponto será revelar o quanto você pode se bastar. Em seu interior, levado pela tristeza, você poderá descobrir ou ampliar seu potencial, fará contato com fontes de conhecimentos gravados em sua essência que serão de grande valor para sua autovaloração e para desenvolver o amor próprio. Jesus já ensinava: amarás ao teu próximo como a ti mesmo. A tristeza causada por uma separação, se bem assimilada e aceita produzirá um enorme crescimento na autoestima. Mal aproveitada poderá evoluir para depressão.
3 – Fique triste. Isso mesmo, se a tristeza apareceu, fique triste. Negar, especialmente para si mesmo, disfarçar, ou ainda tentar mudá-la por meio de agentes externos tipo bebidas, farra, festa ou algo semelhante é perigoso. Quando a tristeza chega ela traz uma meta. Enquanto não cumprir seu objetivo vai permanecer. Há pessoas que passam a vida interia completamente tristes e lutando contra a tristeza. Correm o dia inteiro, fogem, disfarçam, dão risadas, mas o travesseiro a traz de volta. A tristeza é a inspiração do ser. A alegria sua expiração. Se a tristeza entrou, como o ar que respiramos, ela precisa fazer o papel vital em seu ente e só então liberar-se através da expiração.
4 – Apreenda a lição e libere. Isso mesmo após cumprir seu papel de mestra da sabedoria sendo aceita, compreendida e amada, a tristeza sairá suavemente para, em seu lugar, penetrar uma alegria suave, sem origem aparente, carregada de serenidade, trazendo uma sensação de completude. Com essa alegria você estará pronto para compartilhar com outra alma sem depender da mesma para sentir-se pleno e absolutamente aceito. Esse é o milagre. Quer ser feliz? Faça o Milagre - não lute contra a tristeza. 



quinta-feira, 19 de julho de 2012

FAZENDO MILAGRE NAS RELAÇOES


Observando, ouvindo pessoas, errando e acertando foi que elaborei 17 itens que poderão servir nas relações pessoais inclusive romântica.

FAÇA SEU MILAGRE!


1 – Jamais negociar a felicidade pessoal. Abrir mão de algum momento feliz em favor de uma relação é uma coisa (pode ser até necessário em algum momento), abrir mão dos sonhos é fatal. Perde-se o sonho e mata a relação. Sinônimo desse item é um membro da relação se anular em favor do outro. Jamais vai dar certo.

2 – Em qualquer relacionamento a palavra mágica deve ser PARCERIA. Ser parceiro significa colaborar sempre com a caminhada do outro. Colaborar requer compreender o outro, suas demandas, seus ritmos, suas preferências e facilitar para que sejam atendidos. Compreender e facilitar não significa mudar-se em favor do outro, significa adequar-se LIVREMENTE para que a convivência seja suave.

3 – Ser feliz deve ser a meta de CADA UM na relação. Ajudar ao outro em sua meta (de ser feliz) deve ser PRAZEROSO E DIVERTIDO se não é, reveja a relação. Se colaborar está se tornando um sacrifício, um fardo, um incomodo, cuidado.

4 – Sempre saber a rota de fuga Este ponto para mim é AUREO, mas, muito frio e aparentemente contraditório. Numa relação (especialmente romântica) é importante saber que: posso sair dessa relação a qualquer momento porque sei sair, posso sair e sei por onde sair. Um parceiro que tem essa consciência e permanece na relação é porque a relação vale à pena.

5 – Fugir da simbiose. Simbiose é quando os parceiros se confundem em uma área ou em varias: Emocional, social ou econômica, filhos etc. Quando se tornam dependentes um do outro. Só consegue estar bem se estiver com o outro. Uma relação de parceria não há de ter espaço para esse tipo de dependência.

6 – Amor é um principio, precisa ser alimentado. Somos capazes de ser atraídos e amar várias pessoas. A idéia de alma gêmea, se existe, é porque foi construída. Digo: é fruto de uma relação bem construída. Começa com eleger alguém e investir nesse alguém todo valor e nutriente necessário para manter vivo o principio do amor. Nesse ponto ame-se. Se não for capaz de se amar...procure uma terapia primeiro.

7 – Decidir continuar amando todo os dias. Como somos todos susceptíveis a novas possibilidades, numa relação romântica, só a DECISÃO de continuar alimentando o princípio do amor será capaz de sobrepujar nas intempéries da vida. Detalhe importante: ninguém é obrigado a amar alguém. Ou ama ou não ama. O amor existe e está ali ou não existe. Se não ama, ou não ama mais é dever respeitar, isso sim.

8 – Fato: o ciúme existe.  Só conheci um meio eficiente de lidar com o ciúme: Admitir. Pedir ajuda ao parceiro sempre que o ciúme chegar. Eu estou sentindo ciúmes. O parceiro que pronuncia essa frase está sendo honesto, o que escuta precisa acolher e passar a segurança possível na situação. Muito respeito ao ciúme!
 
9 – Persuadir é saudável, manipular é doentio. Usar charme,elegância, sutileza e argumentos para conseguir do outro o que se quer pode ser saudável. Isso é persuasão. Manipular, chantagear e jogar deliberadamente com o parceiro é decisivo para, cedo ou tarde, por fim a uma relação.

10 – Fidelidade é bom. Lealdade é INDISPENSÁVEL.  No tipo de relação que estou comentando aqui não tem espaço para infidelidade. Tem espaço para liberdade. Se o parceiro não preenche mais, seja leal e libere-o.  Uma dor temporária sempre será menor do que uma magoa para a vida toda ou uma relação sem qualidade.

11 – Atrás dos olhos do parceiro tem uma alma – Respeite-a.  Ali mora uma pessoa, uma individualidade, um ser divino. Tente escutar a voz da alma. É muito revelador. Só assim alguém pode entender o que outro realmente está querendo dizer. Na parceria se compartilha jamais cria dependência.

12 – Que seja eterno enquanto conseguirem.  Saber o limite é indispensável. Quer perder uma alma? Prenda-a. Nesse ponto é importante lembrar: o excesso de intimidade elimina os mistérios individuais. Eternize os mistérios , isso ajuda muito. Se uma relação chegou em seu limite é muito mais saudável mudar seu fromato tipo: transmutar de relaçao romantica para amizade etc. Só é possível ralação boa quandos os dois parceiros querem.

13 – Conquistar o desejo do outro de permanecer na relação é saudável.  Para isso precisa conquistá-lo todos os dias. Sem descuidar um só dia. O contrario disso é pretender a posse do outro. Isso não existe. Ninguém pode dominar e ser dono da coisa mais selvagem e livre que existe: a alma humana.

14 – Manter uma distancia saudável das famílias envolvidas.  Especialmente numa relação romântica é importante saber que a relação é do casal parceiro. As famílias não devem interferir. Respeitá-las e ponto final. Cada par deve encontrar a distancia certa em cada caso. Cada familiar tem suas preferências e forma de ser. Observar essas deixas e manter o distanciamento correto.

15 - Reconhecer e valorizar as diferenças culturais.  Unir duas pessoas que vem de vidas diferentes, culturas diferentes, educação diferente, percepção diferente não é fácil. Há que se ter um enorme respeito pela historia do parceiro e aprender a desfrutar dessas diferenças.

16 – Buscar sabedoria. Uma piada muito repetida hoje é: casamento serve para gerar filhos e separação. Eu diria que casamento sem sabedoria gera além de filhos e separação muita magoa e perda de tempo. Casamento é um empreendimento romântico. Precisa ser tratado com muita racionalidade para que não impeça a continuidade do amor.

17 – INDISPENSÁVEL ser religioso. Desnecessário ter uma religião. Religião pode ser um problema para muitos relacionamentos. Religiosidade não. Religiosidade é aquela busca e relação pessoal que cada um tem com seu Deus. Sem Deus é quase impossível conviver com alguém.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

UM MILAGRE CHAMADO LAILA



Saí de Itanagra, interior da Bahia com Destino a Alagoinhas. Estrada linda, sinuosa, sem asfalto,  cercada de muito verde, fazendas de gado, e aqui acolá cruzava com uma carreta da Petrobras. Chovia. Era uma chuva fina e insistente que deixava a estrada escorregadia e com muita lama. Uma curva acentuada me fez reduzir a velocidade e foi maravilhoso porque destampou-se em minha frente, no final da curva, na beira da estrada, aquela graciosa e imponente árvore. Devia ter uns vinte metros de altura. Uma imensa e uniforme copa coberta de flores belíssimas de cor muito exuberante em vermelho tipo sol nascente. Parei o carro, fiquei admirando aquela planta linda e solitária (com seu gigantismo) no meio daquele pasto com capins e pequenos arbustos. Nem me lembrei de fazer uma foto. Segui meu caminho, mais adiante, cerca de uns dez quilômetros, encontrei outra árvore da mesma espécie, ainda jovem, pequena; não mais do que uns dois metros de altura. Estava florida. Parei novamente e enquanto observava, uma senhora, tipo camponesa vinha caminhando pela estrada em minha direção carregando uma enxada nas costas. Abordei-a e perguntei se sabia o nome daquela planta. Muito simpática, me disse que era Manguba. Falei que estava encantado com a planta, ela perguntou: quer uma mudinha? Claro! Respondi, mas onde conseguir? Apontou o dedo para alguns metros adiante e lá estava um tenro broto. Sem dizer nada, foi até a plantinha e com a enxada arrancou-a com um bom pedaço de terra agarrado nas raízes e me entregou. Agradeci bastante, peguei uma folha de jornal na mala do carro embrulhei-a e decidi não ir mais para Alagoinhas. Fui direto para Salvador plantar minha Manguba. Cheguei em casa, já era noite e no dia seguinte decidi plantar minha mudinha. Devia ter trinta centímetros. Observei que o golpe da enxada da camponesa havia quebrado um galhinho da planta e estava quase solto. Preferi tirá-lo, plantei a parte que estava bem enraizada. Era Maio de 2007. Eu estava emocionado com a possibilidade de alguns anos mais tarde poder ver uma enorme e única arvore daquela, completamente florida, cheia de pássaros encantando os passantes. Resolvi dar um nome: Escolhi Maiana. Porque era Maio. Achei lindo e passei a cultivar um carinho enorme por minha nova amiguinha. Ia vê-la todos os dias pela manhã antes de sair de casa. Se viajava, quando voltava parava o carro e ia direto ver Maiana. Lá pelo dia 15 de Maio vieram os vendavais. Eu estava viajando. Por um descuido qualquer o caseiro não percebeu que Maiana foi quebrada pelos fortes ventos quase na base e foi levada, deus sabe pra onde! Quando voltei de viagem, encontrei apenas seu minúsculo tronco, de no máximo cinco centímetros e mais nada. Percebi que estava verde. Coloquei uma proteção ao seu redor e comecei a cuidar com muito afeto e zelo até que dias depois apareceu uma pequena folhinha. Fiquei muito feliz. Estava dando certo. No Mês de Julho, eu estava lá curtindo Maiana quando percebi que do lado direito, a uns dois metros de distancia havia um broto bonito saindo da terra. Reconheci que era aquele pequeno galho que a enxada quebrou, que eu arranquei e atirei para o lado. Caiu no chão de uma maneira que criou raiz e pegou. Viveu. Estava lindo. Transplantei-o com muito cuidado, fiz um bercinho na terra e plantei-o ali. Dei o nome de Juliana. Era o mês de Julho. Essas meninas cresceram. Juliana disparou na frente, hoje passa de 3 metros e floresce o ano todo. Maiana nunca passou de um metro e meio. Sempre doentinha, folhas amareladas, as vezes seca,  fico muito triste, converso com ela, dou adubo e ela volta. Agora está florida e linda. 
                                     Maiana                                               Juliana
                                   

Mas o fato marcante ainda estava por acontecer. Agosto de 2011 vou visitar Maiana e acreditem: ela havia gerado uma filhinha. De uma de suas raízes surgiu um broto lindo, forte, viçoso. Chamei Sergio (o caseiro) e colocamos o broto em um saquinho apropriado com terra vegetal e levamos para a estufa. Novembro de 2011 ele estava com 15 centimetros de altura pronto para ir pro bercinho, na terra. Numa manhã fresca de domingo do mês de Novembro resolvi plantar meu brotinho.

Naquele dia, estava com muitas saudades de uma amiga muito querida que estava no Canadá. Laila Bensabath. Conheci Laila na empresa na qual trabalhávamos. Era, aparentemente, uma pessoa comum. Até que um dia, final de expediente saímos na mesma hora do trabalho e fomos para o estacionamento pegar os carros para ir pra casa. Peguei meu carro primeiro, saí uns minutinhos na frente dela e, logo na saída havia uma pista muito movimentada (conhecida como ladeira do cabula). Parei e fiquei esperando um momento seguro para cruzar a via. Laila, apontou com seu carro atrás de mim, piscou a luz, e passou como uma bala, cruzou a via com uma eficiência e tranqüilidade que me chamou atenção. Como uma menina com pouco mais de vinte anos de idade pode dirigir com tanta desenvoltura e ser assim tão corajosa e competente?!! Eu, ainda esperei mais uns dois minutos para ousar fazer o que
ela fez. A partir daquele dia comecei a prestar atenção em Laila. Percebi que era uma alma especial: Ousada, corajosa, forte, sonhadora, linda e nas poucas vezes que conversávamos, pude perceber que lá no fundo de seu olhar, atrás de sua força, havia uma meiguice juvenil. Os dias se passaram, trocamos alguns e-mails, ela sempre muito simpática e elegante, depois se foi. Mudou de emprego, eu também mudei de local de trabalho. Um dia, soube pela rede de relacionamento, que ela estava indo para o Canadá. Foi. Foi melhorar seu domínio do Inglês. Cresceu minha admiração. É uma batalhadora. Estudiosa. Merece mesmo ser muito feliz. Naquela manhã de domingo de final de Novembro acordei me lembrando de Laila. Senti saudades, mandei boas energias e desci para plantar meu brotinho. Quando peguei aquela planta nas mãos e vi tanta vitalidade, tanta vida, tanta vontade de viver, associei imediatamente à minha amiguinha Laila. Pois é, minha plantinha recebeu o nome de Laila Bensabath. Todas as minhas plantas tem nome de gente. Só eu sei o nome de cada uma delas e o motivo. A jaqueira se chama Sr. Joca, o Jambeiro de dez metros se chama Jorge, a Areoira se chama Lazaro por aí vai. Vivo só em meu sitio mas rodeado de amigos silenciosos. É impossível passar perto de minha plantinha Laila e não me lembrar da amiga Laila e ao mesmo tempo associar todas as qualidades e virtudes de ambas e desfrutar do frescor da vida que se manifesta de formas tão variadas e belas. Os milagres que conto hoje são: Primeiro, assim como Laila Bensabath (a minha amiga), todos podemos ser vitoriosos sonhar nossos sonhos e torná-los realidade. Podemos viver com coragem, de cabeça erguida, com energia positiva e feliz. 
                                            Laila hoje!
Em segundo lugar o milagre de poder desfrutar de coisas simples como cultivar uma plantinha. Vejo por aí pessoas sem ter motivos para viver. Querendo coisas tão complexas. Experimente conviver com o simples: cuidar de uma planta, de uma animal, de uma pessoa ou de si mesmo. A vida é um milagre. Brinque com a vida. Desfrute da explosão de vida que nos cerca por todos os lados. Divirta-se. Esse é o milagre.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

QUEM TEM MEDO FAZ MILAGRES!


 
Decidi postar novamente sobre essa emoção poderosa: o medo, depois de ler um comentário do apresentador Datena, no twiter, avisando que em breve estaria se submetendo a uma cirurgia na garganta e estava com medo. Datena com medo!? Um apresentador corajoso que afronta os maus políticos e bandidos em seu programa conhece o medo?! Certamente que sim. Achei-o bastante honesto e, muito embora eu tenha lá minhas reservas sobre o estilo de seu programa, cresceu meu respeito e admiração pela pessoa de José Luis Datena, aproveitando para desejar-lhe boa sorte. O fato é: todos temos medo. Feliz daquele que admite e enfrenta seus medos. Negá-lo é um tremendo perigo. O medo, sem dúvida, é uma ferramenta de alerta que, associada ao senso de sobrevivência e preservação, garante-nos a continuidade e manutenção da vida. Há perigos reais e um sem número de perigos imaginários, entretanto, a emoção do medo será sempre a mesma. Para quem está sob seu efeito (do medo) não importa se o perigo é ou não de verdade. Admitir que está com medo faz o sujeito procurar uma saída: buscar ajuda, preparar-se para enfrentar o perigo ou fugir. Negar a presença do medo pode significar uma rejeição do estado de alerta e, nesse caso, se o perigo for real a situação pode piorar. O estado de alerta produzido pelo medo pode ser muito bem utilizado e resultar em verdadeiros milagres. O estudante que está com medo de perder no vestibular pode assumir o medo, estudar mais e conseqüentemente vencer. A pessoa que tem medo de falar em público pode, assumindo o medo, buscar ajuda, fazer um curso, treinar e se tornar um grande orador. Sem dúvida há muitas maneiras de tirar proveito deste estado de alerta que o medo produz. Meu foco hoje é chamar atenção para os perigos de negar o medo e se manter por um longo tempo exposto à sua (do medo) energia. Quem “não está” com medo não precisa de ajuda. Quem não assume seu estado de medo também acaba não assumindo o compromisso de se preparar para o perigo. Se for um perigo real poderá pegar o sujeito despreparado e o fracasso será inevitável. Os perigos imaginários produzem medos escondidos e uma demorada permanência convivendo com essas demandas fatalmente desaba em transtornos de ansiedade, síndromes do pânico e grandes depressões. Estou falando daquela pessoa que se faz de forte e não foge quando a situação requer, não chora quando a dor pede lágrimas, não se prepara quando alertada. O preço para manter um estado de falso forte é o consumo de todas as energias de reserva, utilizando-as para negar para os outros e para si mesmo que está com medo e, muitas vezes, até em pânico. Tais pessoas convivem com relacionamentos doentios gastando toda energia para fingir que está tudo bem ao invés de usá-la para fazer mudanças. Toleram empregos insuportáveis e humilhantes preferindo negar o medo de não conseguir outra coisa, dizendo-se feliz (falsamente) com a situação em que se encontra tentando o tempo todo convencer a si mesmos de que está tudo bem. Para quem está com medo não adianta dizer: Coragem! A pessoa que está com medo não está por que quer. Ninguém escolhe de repente assim: vou ficar com medo agora. Não! O medo chega e se instala. Dizer: “não tenha medo!” Não vai adiantar.  A pessoa vai ter medo. Isso não depende da decisão. Admitir primeiro para si. Admitir que o medo não é culpa sua. Avaliar o perigo com frieza e se preparar para ser mais forte do que o objeto do medo ou fugir com orgulho, se for caso, é o que se pode fazer para transformar o medo em milagre.